Inglaterra

A Inglaterra

Londres no sec. XIII
A Inglaterra compreende a ilha da Grã-Bretanha, o nordeste da ilha da Irlanda (Irlanda do Norte) e outras pequenas ilhas. É banhado pelo Oceano Atlântico Norte e o mar do Norte, e está a 35 km da costa noroeste da França, separados pelo Canal da Mancha.

O clima é temperado, com grandes períodos de chuva pelo ano todo. A temperatura varia ao longo das estações, mas raramente fica abaixo de 10°C ou acima de 35°C. O vento sopra principalmente do sudoeste, com freqüentes brisas descontínuas que trazem o clima úmido do Oceano Atlântico, enquanto o leste da ilha é freqüentemente mais seco. Os invernos são amenos, especialmente no oeste, onde são mais úmidos, especialmente nas terras mais altas. Os verões são quentes no sudeste da Inglaterra, e mais frios no norte. A ocorrência de neve pode acontecer no inverno e no começo da primavera, mas é raramente vista com grande magnitude longe das terras altas.

Estações:

21 de março a 20 de junho - Primavera
21 de junho a 22 de setembro - Verão
23 de setembro a 21 de dezembro - Outono
22 de dezembro a 20 de março - Inverno

Guilherme I, o Conquistador
O Witan

Quando Guilherme da Normandia invadiu as ilhas da Grã-Bretanha no ano de 1066, subjugando o reino saxão que estava com seu trono vago pela morte de Eduardo, o Confessor, já existia neste reino o Witan, conselho do Rei, composto dos principais líderes de clãs, comerciantes, religiosos e burgueses das ilhas britânicas. 
O Witan reunido
O Witan era freqüentemente reunido pelo rei para deliberar sobre os mais importantes assuntos de defesa ou impostos, ainda que isso se fizesse ao bel prazer do governante. Essas reuniões, com freqüência cada vez maior, se davam no mosteiro construído ao leste de Londres pelo rei Eduardo, na ilha de Thorney, também conhecido como Westminster. No século XII, os filhos e netos de Guilherme I construíram próximo à abadia o Westminster Hall, que rivalizava com os principais salões reais da Europa.

O Livro do Doomsday
O Domesday

No ano de 1080, houve a ameaça de reconquista das terras inglesas pelos saxões ao norte e leste, ajudados pelos reis da Dinamarca e da Noruega. Em função dos gastos preparatórios contra essa invasão (que jamais ocorreu) Guilherme I iniciou, pela primeira vez em toda a história da humanidade, o censo do Domesday, com vistas ao recolhimento de impostos de forma pessoal, e não mais somente pelos senhores feudais e comerciantes. Embora tenha sido pequena, a taxação motivou revoltas isoladas, prontamente esmagadas pelo rei. 

Os bisnetos de Guilherme I

João Sem Terra
Ricardo Coração de Leão
Na partilha da herança do rei  Henrique II,  João I, irmão mais novo de Ricardo I, herdou apenas algumas poucas propriedades. Com a coroação de Ricardo, e sua ida após poucos meses de reinado para a Terceira Cruzada, a Inglaterra ficou sob a regência do Chanceler Longchamp, e João foi proibido pelo rei de retornar à Inglaterra, para não comprometer a estabilidade do reino.

Porém, apoiado pela burguesia de Londres e outros nobres, em 1191 João iniciou um forte movimento para afastar Longchamp e assumir o trono inglês. João sucedeu na coroa de Inglaterra em 1199, depois da morte de Ricardo Coração de Leão numa batalha em França. Repudiou então a esposa Isabel de Gloucester e contraiu matrimônio com Isabel de Angoulême. João, entretanto, não foi aceito logo por todos os seus súditos. Na Normandia, os nobres preferiram a pretensão de Artur I, Duque da Bretanha, o seu sobrinho de doze anos.

Para resolver o problema, João invadiu o Ducado da Bretanha em 1202 e Artur I apelou para a ajuda do rei Filipe II da França e declarou-se seu vassalo. Artur foi capturado e assassinado no ano seguinte, mas já era tarde demais para impedir a intervenção dos franceses. Foi denunciado por Filipe II Augusto perante a Corte dos pares por ter raptado Isabel de Angoulême. Em 1204, Filipe II invadiu e conquistou a Normandia e o Condado de Anjou. Os aliados de João Sem Terra, entre os quais o imperador germânico Oto IV, foram batidos em Bouvines (1214), sendo ele mesmo vencido em Roche-aux-Moines. João nunca conseguiu recuperar estes territórios e as possessões inglesas no continente limitaram-se a partir de então ao Ducado da Aquitânia.
Luis VIII

Enquanto rei, João procurou reorganizar as finanças do seu país, debilitadas depois do resgate pago pela libertação de Ricardo. Uma das medidas que tomou foi instituir um novo imposto sobre os nobres que falhavam na sua obrigação de fornecer soldados e material militar à coroa. Além disso, João acabara de perder territórios para França e interferiu na escolha do Arcebispo da Cantuária, não aceitando o candidato do Papa Inocêncio III, o que lhe valeu o desagrado do Sumo Pontífice e sua excomunhão em 1211. O rei respondeu com o confisco dos bens eclesiásticos. Os nobres viram esta repreensão da Igreja como um incentivo à revolta e em breve o país encontrava-se em estado de quase guerra civil. Para não perder o valioso apoio de Roma, no entanto, o monarca, em 1213, submeteu-se ao papa e enfeudou seus reinos à Santa Sé.

A Magna Carta
Depois de fracassar na tentativa de recuperar seus domínios na França, regressou à Inglaterra. Ali enfrentou a rebelião dos barões, os quais obrigaram-no, perto de Londres em em 15 de Junho de 1215, a assinar, outorgar e jurar a Magna Carta (ou Carta Magna) aos barões e à burguesia, insatisfeitos com sua política. A Magna Carta, que que limitou o poder monárquico, era um tratado de direitos, mas principalmente deveres, do rei para com os seus súditos. Considera-se que este tratado marca o início da monarquia constitucional em Inglaterra.

João pediu ajuda ao papa, que o eximiu do juramento. O rei passou a ignorar todos os pontos do documento. Em 1216, muitos barões descontentes com o péssimo reinado de João Sem Terra, apoiaram a invasão da Inglaterra pelos franceses liderados pelo príncipe Luis VIII de França e ofereceram o trono a este. Ele foi proclamado "Rei de Inglaterra" em maio desse ano mas nunca foi coroado. Luis aceitou o cargo com grande pompa e celebração na Catedral de St. Paul, em Londres onde muitos nobres incluindo o próprio Rei Alexandre da Escócia (1214-1249) estavam presentes e juraram-lhe vassalagem. Porém havia ainda um pequeno foco de resistência a ele e após um ano e meio de guerra, a maioria dos barões rebeldes foi derrotada e Luis teve que desistir do trono da Inglaterra ao assinar, em 1217, o Tratado de Lambert. Nele, Luis concordava que ele nunca fora um legítimo Rei de Inglaterra. A morte de João Sem Terra e o apoio para o jovem Henrique III acabaria por apressar esses fatos.

João sem Terra morreu em Newark, Inglaterra, em 18 de outubro de 1216, possivelmente envenenado por um abade irritado por ele ter tentado seduzir uma freira e encontra-se sepultado na catedral de Worcester. Subiu ao trono seu filho Henrique III.

Os Judeus 

Em função de Ricardo I estar indo à Terra Santa expulsar os infiéis, os seus súditos iniciaram (após um mal entendido ocorrido durante a sua coroação) uma forte perseguição aos judeus trazidos ao reino durante as conquistas da Cruzada anterior, perseguição que se estenderia ainda por mais de 100 anos antes que os judeus fossem, por longos séculos, expulsos da Inglaterra. 

Após 1216

Henrique III
Eduardo I
Henrique III (Winchester, 1 de outubro de 1207 — Palácio de Westminster, 16 de novembro de 1272) foi rei de Inglaterra e duque da Aquitânia entre 1216 e 1272. Até 1259 foi também duque da Normandia e conde de Anjou, embora apenas nominal, visto que estes territórios tinham sido conquistados e anexados pelo rei Filipe II de França em 1204. Henrique III era filho de João I de Inglaterra e da sua segunda mulher Isabel de Angoulême e sucedeu ao pai com apenas nove anos.

O longo reinado de Henrique foi marcado por disputas internas e assistiu à revolta de Simão de Montfort, Conde de Leicester. Apesar de cunhado de Henrique III, Leicester não fez a vida de Henrique fácil, e foi o responsável pela convocação da primeira sessão do parlamento britânico, ao abrigo das disposições da Magna Carta. Em 1264, Henrique foi derrotado em Batalha de Lewes e feito prisioneiro. No ano seguinte, por iniciativa do seu herdeiro Eduardo, foi libertado e reprimiu com violência os últimos focos de revolta. Por volta de 1270, Henrique abdicou o reino para Eduardo (menos no aspecto formal) e morreu em 1272 com 65 anos. Encontra-se sepultado na Abadia de Westminster em Londres.

Seu filho Eduardo I reinou longamente e em paz. Porém, ambos mantiveram a perseguição aos judeus (aliás, realizada também em diversas outras regiões da Europa com o aval da Igreja Católica), o que culminou com a total expulsão total destes em 1290. Com isso, a Inglaterra perdeu grande fortuna, agravando ainda mais as já combalidas finanças do Estado.